Estava eu na maior bad - que eu creio ser TPM, e dessa vez fiz a escolha mais sábia.
Me aquietei, me acalmei e rezei.
Porque todas as outras vezes, chorar, berrar, perder a paciência com meu filho, só me trouxeram mais arrependimento.
Rezei o terço com eles correndo na sala, brincando comigo - santa Canção Nova. Evitei uma briga mesmo quando perguntada o que eu tinha - poderia ter despejado todo o meu lixo, mas me calei.
O terço me melhorou, me acalmou, a raiva (não muito bem esclarecida, ou melhor, não bem fundada), melhorou.
Pedi a bíblia para um dos que corriam, e rezei.
A gente aprende a rezar em qualquer circunstância. Porque estar próximo de Deus é instantâneo, basta querer. Mas somos desprogramados disso logo que nascemos, é meio custoso voltar.
Persevere, pois aprendemos a nos conectar verdadeiramente a Deus (Ele está sempre à espera) em qualquer situação.
E pareceu coisa de carismático (hahahahahha), mas abri a Palavra em duas passagens certeiras (não fiz de propósito).
"Moscas mortas fazem com que o perfumista rejeite o óleo, um pouco de insensatez conta mais que sabedoria e glória.
(quando cheguei em casa e tive a raiva, pensava: a gente faz tudo certinho, tenho o maior cuidado com aquele objeto, mas o momento em que vacilo, descuido, me distraio, até pelo cansaço, e o quebro, todo o resto de perde. :[)
Se a indignação daquele que comanda se levanta contra ti, não deixes o teu lugar, pois a calma evita grandes pecados.
(tenho vivido isso num dos ambientes de trabalho)
(Ecle 10, 1.4)
E todo o capítulo 10 de Eclesiastes prova que tudo tem consequencias, e que a falta de sabedoria só nos traz problemas.
Então fui buscar um salmo para rezar.
"Ó Deus nós ouvimos com nossos ouvidos,
nossos pais nos contaram
a obra que realizaste em seus dias,
nos dias de outrora, com tua mão.
Para plantá-los expulsastes nações,
maltrataste povos para estedê-los;
não foi pela espada que conquistaram a terra,
nem foi seu braço que lhes trouxe a vitória;
e sim tua direita e teu braço,
e a luz da tua face, porque os amavas.
Eras tu, ó meu Rei e meu Deus,
que decidias as vitórias de Jacó;
contigo agredimos nossos opressores,
calcamos nossos agressores por teu nome.
Não era no meu arco que eu tinha confiança,
nem era minha espada que me trazia vitória:
eras tu que nos salvavas de nossos opressores
e envergonhava aqueles que nos odiavam;
em Deus nos orgulhávamos todo o dia,
celebrando o teu nome para sempre." (Salmo 43, 2-9)
Me lembrei de como eu confiava no Senhor! Como entregava minha vida, não tinha medo de nada.
Olhos cheios dágua, continuei rezando o salmo, mas vi que não cabia a mim, pois o povo agora se encontrava na miséria, derrotado, e pediam que Deus se levantasse, que os socorresse, que os resgatasse.
Sinceramente, não preciso pedir isso para Deus. Sinto que Ele está aqui ao meu lado, apesar das consequencias dos meus atos, Ele sempre está aqui.
Então meu Deus, perdão, me deu vergonha ver como Te deixei de lado, mas quero confiar e me entregar ainda mais, mais do que antes!
Obrigada porque na verdade não sou eu que decido nada na minha vida: Tu me dás tudo!!!
Não quero nunca mais esquecer!!!
Outra coisa: a raiva que estava porque fui desastrada e danifiquei algo meu, novo, suado para pagar, foi acalmada porque não posso me cobrar demais. Sou assim mesmo, falha, tenho esses defeitos, e esse deslize não apaga todo o cuidado que venho tendo, porque se não estivesse tendo, o objeto estaria muito pior! Então, sempre vale a pena.
Eu posso me decepcionar comigo mesma, mas Deus é Aquele que me ama, e acredita em mim!
Quanto ao meu próximo, eu preciso tentar de novo, dar outra chance.
Amém!!!
sexta-feira, 13 de maio de 2016
Libertação
Vim partilhar sobre minha última confissão.
O blog descreve minha jornada. Não sei se ficou perceptível que segui a vida numa parábola côncava: na verdade, não comecei lá no alto, mas cheguei ali, caindo depois, para agora me reerguer.
Mas eu não estava no fundo do poço. Apenas me perdi, confundi no caminho pra Deus. E agora encontrei o que nem procurava. Graças a Deus.
Talvez tenhamos que digerir mesmo certos acontecimentos, certas experiências. Talvez precisamos mudar, amadurecer, sei lá, para ultrapassar uma fase da vida.
Na confissão - que aconteceu após cerca de dois meses de decisão, de clareza quanto a precisar aprofundar em Deus, e que fora disso minha vida não teria mais sentido - eu experimentei uma libertação. Passei de fase! Que nem videogame mesmo.
E só posso associar à graça de Deus, pois sozinha não aconteceria, já venho lutando há muito. Também acho que a luta é que deu os fatores para que culminasse assim.
Na confissão, o modo como o padre me falava, uma tranquilidade, uma paz - o Persona Christi, afinal -, me fez ver que passou.
Onde há vida humana há sofrimento, ele me disse. Já estou conformada com isso, pois sou consolada pelo fato de que, onde há vida humana, há também o amor de Deus, que nos sustenta. Não me escandalizou essa constatação.
Mas quando ele me disse "esquece o que passou", vivi a Madalena, vivi a pecadora caída, fui todos os outros: recomeça, "não peques mais", foi isso que eu vivi. Por isso me libertou.
Liberdade daquilo que me prendia. Ele me falou de São Paulo, de quem eu lembrava e meditava com meu marido. Ele usou uma figura de linguagem de mãe e filho que na verdade é realidade pra mim - sem ter a menor idéia, pois não contei a ele.
Falei da minha dificuldade de perdoar, e ele me colocou no lugar de Deus, se eu não perdoaria a mim mesma por alguma bobagem feita. Aí entendi o significado da misericórdia, que vem do amor.
Pára de dar importância, Natalie. Não sei se foi ele que disse explicitamente, ou eu disse pra mim mesma. Nada foi perdido se foi doado para Deus, Ele que vê mil anos em um dia, e quando sou toda de Deus, esses detalhes não têm importância. Sei que não recebemos recompensa verdadeira aqui na terra, e se eu desejo isso, não fiz verdadeiramente para Deus.
Anotei minha oração no sacrário:
"Me dá fortaleza para amar como Tu amas! Amar com misericórdia, sem julgar, sem esperar em troca! Ser livre em Deus é isso, e fui esquecendo aos pouquinhos, fui me perdendo no mundo, fui me afastando.
Na missão que Deus me chama eu tenho que orar muito! E eu sou fraca, sou criança. Me ajuda a ver com Teus olhos, pois com Teus olhos eu enxergo o que é bom, enxergo Tua paz, enxergo fora do que não Te agrada, não enxergo o mal.
Se eu olhar com Teu olhar, eu nem desejo o mal, pois tu me preenches de tudo."
Queria ter lembrado, no sacrário, e anotar tudo o que o padre me disse. Mas ficou no coração.
Ando me repetindo sempre uma das últimas frases:
"Seja boa mãe, boa esposa, boa cristã."
- Compartilho aqui porque senti uma vontade imensa de que todos no mundo pudessem ouvir a graça que vivenciei. Já partilhei intimamente com os que passam pelo mesmo momento, e aqui fica a oração por aqueles que estão presos, dando muita importância pra algo que, na verdade, te afasta e te separa de Deus.
Ele faz novas todas as coisas.
Em frente!
O blog descreve minha jornada. Não sei se ficou perceptível que segui a vida numa parábola côncava: na verdade, não comecei lá no alto, mas cheguei ali, caindo depois, para agora me reerguer.
Mas eu não estava no fundo do poço. Apenas me perdi, confundi no caminho pra Deus. E agora encontrei o que nem procurava. Graças a Deus.
Talvez tenhamos que digerir mesmo certos acontecimentos, certas experiências. Talvez precisamos mudar, amadurecer, sei lá, para ultrapassar uma fase da vida.
Na confissão - que aconteceu após cerca de dois meses de decisão, de clareza quanto a precisar aprofundar em Deus, e que fora disso minha vida não teria mais sentido - eu experimentei uma libertação. Passei de fase! Que nem videogame mesmo.
E só posso associar à graça de Deus, pois sozinha não aconteceria, já venho lutando há muito. Também acho que a luta é que deu os fatores para que culminasse assim.
Na confissão, o modo como o padre me falava, uma tranquilidade, uma paz - o Persona Christi, afinal -, me fez ver que passou.
Onde há vida humana há sofrimento, ele me disse. Já estou conformada com isso, pois sou consolada pelo fato de que, onde há vida humana, há também o amor de Deus, que nos sustenta. Não me escandalizou essa constatação.
Mas quando ele me disse "esquece o que passou", vivi a Madalena, vivi a pecadora caída, fui todos os outros: recomeça, "não peques mais", foi isso que eu vivi. Por isso me libertou.
Liberdade daquilo que me prendia. Ele me falou de São Paulo, de quem eu lembrava e meditava com meu marido. Ele usou uma figura de linguagem de mãe e filho que na verdade é realidade pra mim - sem ter a menor idéia, pois não contei a ele.
Falei da minha dificuldade de perdoar, e ele me colocou no lugar de Deus, se eu não perdoaria a mim mesma por alguma bobagem feita. Aí entendi o significado da misericórdia, que vem do amor.
Pára de dar importância, Natalie. Não sei se foi ele que disse explicitamente, ou eu disse pra mim mesma. Nada foi perdido se foi doado para Deus, Ele que vê mil anos em um dia, e quando sou toda de Deus, esses detalhes não têm importância. Sei que não recebemos recompensa verdadeira aqui na terra, e se eu desejo isso, não fiz verdadeiramente para Deus.
Anotei minha oração no sacrário:
"Me dá fortaleza para amar como Tu amas! Amar com misericórdia, sem julgar, sem esperar em troca! Ser livre em Deus é isso, e fui esquecendo aos pouquinhos, fui me perdendo no mundo, fui me afastando.
Na missão que Deus me chama eu tenho que orar muito! E eu sou fraca, sou criança. Me ajuda a ver com Teus olhos, pois com Teus olhos eu enxergo o que é bom, enxergo Tua paz, enxergo fora do que não Te agrada, não enxergo o mal.
Se eu olhar com Teu olhar, eu nem desejo o mal, pois tu me preenches de tudo."
Queria ter lembrado, no sacrário, e anotar tudo o que o padre me disse. Mas ficou no coração.
Ando me repetindo sempre uma das últimas frases:
"Seja boa mãe, boa esposa, boa cristã."
- Compartilho aqui porque senti uma vontade imensa de que todos no mundo pudessem ouvir a graça que vivenciei. Já partilhei intimamente com os que passam pelo mesmo momento, e aqui fica a oração por aqueles que estão presos, dando muita importância pra algo que, na verdade, te afasta e te separa de Deus.
Ele faz novas todas as coisas.
Em frente!
quarta-feira, 4 de maio de 2016
Saber perder
Para pessoas cabeças-dura como eu, é muito difícil ser obediente.
Porque eu dificilmente desisto de algo. Comecei, só sei ir se for até o fim. E disso me orgulho em vários momentos da minha vida, pois colhi os frutos.
E muito disso aprendi no caminho, aprendi a ser mais forte, perseverante, e não desistir fácil dos meus objetivos.
Foi por não desistir que hoje meu matrimônio é lindo, e foi porque esgotei todas as possibilidades que estou hoje no mestrado, uma grande realização pra mim.
E fui convocando Deus para todas essas batalhas. As batalhas que perdi, eu atribuí à Sua vontade e fiquei em paz, principalmente porque depois eu percebi que ganhei muito mais lá na frente.
Mas é preciso muito saber perder. Que tamanha ganância a minha pra certas coisas! Outras não dei valor em vista do que já tinha, mas sempre, no resultado final, achei que foi vantagem pra mim, que saí ganhando.
Na situação que vivo hoje, sinto que fui injusta, gananciosa, quis abraçar o mundo com as pernas, e até fui muito desobediente.
Se tem algo que aprendi na minha caminhada cristã, foi a obediência. Disso eu sei bem, porque nesse âmbito de Igreja foi onde "perdi" a maioria das batalhas, e por ter de obedecer.
Ontem eu fiquei constrangida, tive vergonha de mim mesma, por ser cabeça dura. Tive vergonha porque estava na cara o tempo todo que eu deveria desistir de um curso pelo outro, que já era muito melhor, que já foi muito difícil de conseguir entrar, porque desistir já teria tornado minha vida mais fácil há meses.
Lembro claramente de algumas vezes ter dito que não desistiria mais por birra, pra não ser "imperfeita" e desistir.
Sim, há tanto valor em perseverar, mas acho que há mais valor em saber discernir quando parar. Há muito mais valor, para essa cabeça-dura aqui, em obedecer, abaixar a cabeça, perder, desistir, admitir.
Obedecer dói, mas nunca perdi nada de verdade quando obedeci.
Saber perder: muitas vezes liberta!
Porque eu dificilmente desisto de algo. Comecei, só sei ir se for até o fim. E disso me orgulho em vários momentos da minha vida, pois colhi os frutos.
E muito disso aprendi no caminho, aprendi a ser mais forte, perseverante, e não desistir fácil dos meus objetivos.
Foi por não desistir que hoje meu matrimônio é lindo, e foi porque esgotei todas as possibilidades que estou hoje no mestrado, uma grande realização pra mim.
E fui convocando Deus para todas essas batalhas. As batalhas que perdi, eu atribuí à Sua vontade e fiquei em paz, principalmente porque depois eu percebi que ganhei muito mais lá na frente.
Mas é preciso muito saber perder. Que tamanha ganância a minha pra certas coisas! Outras não dei valor em vista do que já tinha, mas sempre, no resultado final, achei que foi vantagem pra mim, que saí ganhando.
Na situação que vivo hoje, sinto que fui injusta, gananciosa, quis abraçar o mundo com as pernas, e até fui muito desobediente.
Se tem algo que aprendi na minha caminhada cristã, foi a obediência. Disso eu sei bem, porque nesse âmbito de Igreja foi onde "perdi" a maioria das batalhas, e por ter de obedecer.
Ontem eu fiquei constrangida, tive vergonha de mim mesma, por ser cabeça dura. Tive vergonha porque estava na cara o tempo todo que eu deveria desistir de um curso pelo outro, que já era muito melhor, que já foi muito difícil de conseguir entrar, porque desistir já teria tornado minha vida mais fácil há meses.
Lembro claramente de algumas vezes ter dito que não desistiria mais por birra, pra não ser "imperfeita" e desistir.
Sim, há tanto valor em perseverar, mas acho que há mais valor em saber discernir quando parar. Há muito mais valor, para essa cabeça-dura aqui, em obedecer, abaixar a cabeça, perder, desistir, admitir.
Obedecer dói, mas nunca perdi nada de verdade quando obedeci.
Saber perder: muitas vezes liberta!
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