"Para de cobrar das pessoas! Quem precisa de mudar é você!"

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Libertação

Vim partilhar sobre minha última confissão.
O blog descreve minha jornada. Não sei se ficou perceptível que segui a vida numa parábola côncava: na verdade, não comecei lá no alto, mas cheguei ali, caindo depois, para agora me reerguer.

Mas eu não estava no fundo do poço. Apenas me perdi, confundi no caminho pra Deus. E agora encontrei o que nem procurava. Graças a Deus.

Talvez tenhamos que digerir mesmo certos acontecimentos, certas experiências. Talvez precisamos mudar, amadurecer, sei lá, para ultrapassar uma fase da vida.
Na confissão - que aconteceu após cerca de dois meses de decisão, de clareza quanto a precisar aprofundar em Deus, e que fora disso minha vida não teria mais sentido - eu experimentei uma libertação. Passei de fase! Que nem videogame mesmo.

E só posso associar à graça de Deus, pois sozinha não aconteceria, já venho lutando há muito. Também acho que a luta é que deu os fatores para que culminasse assim.

Na confissão, o modo como o padre me falava, uma tranquilidade, uma paz - o Persona Christi, afinal -, me fez ver que passou.

Onde há vida humana há sofrimento, ele me disse. Já estou conformada com isso, pois sou consolada pelo fato de que, onde há vida humana, há também o amor de Deus, que nos sustenta. Não me escandalizou essa constatação.

Mas quando ele me disse "esquece o que passou", vivi a Madalena, vivi a pecadora caída, fui todos os outros: recomeça, "não peques mais", foi isso que eu vivi. Por isso me libertou.

Liberdade daquilo que me prendia. Ele me falou de São Paulo, de quem eu lembrava e meditava com meu marido. Ele usou uma figura de linguagem de mãe e filho que na verdade é realidade pra mim - sem ter a menor idéia, pois não contei a ele.

Falei da minha dificuldade de perdoar, e ele me colocou no lugar de Deus, se eu não perdoaria a mim mesma por alguma bobagem feita. Aí entendi o significado da misericórdia, que vem do amor.

Pára de dar importância, Natalie. Não sei se foi ele que disse explicitamente, ou eu disse pra mim mesma. Nada foi perdido se foi doado para Deus, Ele que vê mil anos em um dia, e quando sou toda de Deus, esses detalhes não têm importância. Sei que não recebemos recompensa verdadeira aqui na terra, e se eu desejo isso, não fiz verdadeiramente para Deus.

Anotei minha oração no sacrário:
"Me dá fortaleza para amar como Tu amas! Amar com misericórdia, sem julgar, sem esperar em troca! Ser livre em Deus é isso, e fui esquecendo aos pouquinhos, fui me perdendo no mundo, fui me afastando.
Na missão que Deus me chama eu tenho que orar muito! E eu sou fraca, sou criança. Me ajuda a ver com Teus olhos, pois com Teus olhos eu enxergo o que é bom, enxergo Tua paz, enxergo fora do que não Te agrada, não enxergo o mal.
Se eu olhar com Teu olhar, eu nem desejo o mal, pois tu me preenches de tudo."

Queria ter lembrado, no sacrário, e anotar tudo o que o padre me disse. Mas ficou no coração.

Ando me repetindo sempre uma das últimas frases:
"Seja boa mãe, boa esposa, boa cristã."

- Compartilho aqui porque senti uma vontade imensa de que todos no mundo pudessem ouvir a graça que vivenciei. Já partilhei intimamente com os que passam pelo mesmo momento, e aqui fica a oração por aqueles que estão presos, dando muita importância pra algo que, na verdade, te afasta e te separa de Deus.

Ele faz novas todas as coisas.

Em frente!

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