"Para de cobrar das pessoas! Quem precisa de mudar é você!"

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Ser adulto é difícil

Cada vez mais sinto os anos me cobrando... ai ai ai

Comecei a escrever aqui há 7 anos atrás, mas o que a vida me mostra são todos os outros anos também... Eu sinto que cheguei naquele momento da existência em que a coisa desacelera e eu consigo ver tudo nitidamente. Eu sinto forte cada acontecimento, eu sinto saudade do que ainda nem aconteceu, eu quero segurar com todas as mãos cada momento que eu passo.

Eu sou adulta.

Claro que faz um tempo que sou, mas agora eu vivo esse significado.
Pessoas queridas já se foram, meus amigos estão mais velhos junto comigo, nosso tempo de oba-oba já passou. Agora é uma responsabilidade em cima da outra, é a falta de tempo voraz que rouba tudo que temos num passe de mágica, é trabalhar mil vezes mais do que se divertir.

Sinto a vida dura.

Na beira dos 30 anos (completo no ano que vem), eu só gostaria que o tempo parasse bem aqui. Onde não sou tão jovem para sofrer as imaturidades, incertezas e indecisões, mas não tão velha para não gozar o frescor da juventude.

Eu tenho medos que não existiam. Nasceram com esse passar de anos.
Eu choro se pensar em coisas simples, eu vejo o mundo com lente aumentada de carinho e compreensão.

Eu rezo!


Maturidade

Percebo minha maturidade quando não culpo o mundo ou Deus pelas consequências dos meus defeitos e imperfeições.
Eu notei que sempre que algo dava errado eu procurava logo o culpado, e nunca era eu; meus atos sempre eram consequência dos atos dos outros; mais adiante, eu me culpava e isso também estragava todo meu plano de perfeição na vida.

Mas isso não é vida real.
Nessa semana cada dia foi uma surpresa, e a cada dia eu tive alguma pequena falha que me frustrou, mesmo que não tenha atrapalhado tanto meu dia assim (mas foram incômodos e levaram a mudanças de planos indesejáveis).
E então fui capaz de admitir que fui eu mesma que esqueci a chave num dia, que não peguei o cartão do banco no outro; por mais que meu esposo pudesse ter lembrado dessas coisas, quem precisava era eu.

Sou capaz de enxergar minha humanidade, fragilidade diante da complexa figura de perfeição que tento montar, e principalmente sou capaz de recomeçar no outro dia já aprendida dos erros, para não mais os cometer. E assim vou crescendo com um aborrecimento de cada vez.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Sozinho


Somos sozinhos no mundo.

Percebemos isso cedo na vida, mas aceitar mesmo demonstra maturidade.
Antes disso, você se revolta com a ideia, sooooofre na solidão e sente a maior pena de si mesmo. Fica pensando que é um pobre coitado porque ninguém entende você.

Depois de algumas coisas passadas na vida: decepções, fossas, voltas por cima, revoltas positivas que te levam a pensar um pouco mais em si algumas vezes e um certo caminho de oração, além de muita misericórdia divina sobre nossas feridas interiores, somos capazes de aceitar que as pessoas são diferentes de nós, e isso sempre vai nos trazer um pouco de solidão. Em maior ou menor grau.
 
Encontrar com Deus traz paz, e acho que por isso Jesus falava tanto de paz; neste caso é a paz de "somos diferentes, ninguém me entende completamente, mas, 'de boas', porque Deus me entende e isso é a coisa mais importante e consoladora do mundo". É isso.

Aquela pressão externa de que você tem que ser entendido, acolhido, amado e até chamegado acaba; tudo bem ser diferente e se sentir só de vez em quando. Nessas horas de deserto já conseguimos ter lembranças de quantas pessoas se identificam conosco, quantas companhias temos em diversas coisas, quantas vezes Deus foi cuidadoso conosco (percebemos pouco porque Ele é sempre) e essas coisas tão pequenas também trazem paz.

Aceitar essas diferenças também traz a maior capacidade de compreender o outro. Outra coisa que liberta! Não ficar pensando e matutando que o coleguinha ali está planejando a vida dele baseada na minha, pra me ferir, ou pelo contrário, é areia demais pra se importar comigo. Não é isso: ele também se sente só e às vezes pensa totalmente diferente de mim.

Não consigo explicar bem no papel a grande diferença que sinto agora. Antes eu matava e morria por me sentir assim, e hoje eu consigo respirar fundo e compreender.
Quanta, mas quanta diferença isso faz na minha vida.

Graças ao bom Deus que é sempre rico em misericórdia!


(procurando uma imagem para ilustrar o post, achei essa frase maravilhosa do Papa Bento XVI. Sem palavras para agradecer ao Espírito Santo!!!)

segunda-feira, 6 de março de 2017

Tempo de Quaresma

Tempo de quaresma é um tempo de ir contra nossas vontades. Pois no evangelho ouvimos que Jesus foi levado ao deserto para ser tentado, e assim esses são dias de sacrificar nossas vontades.

A melhor quaresma que já fiz foi aquela em que silenciei para não brigar, e isso foi intensamente contra o que eu queria, na minha posição de "estar certa". Então aprendi que temos que deixar estar, deixar ser, e isso é contra a mentalidade humana de sempre estar certo, fazer valer seu querer; vivemos em tempos de "eubsolutismo". 


Também ja se condenam as penitências de doces, refrigerantes, e até as de redes sociais, tão usadas nos últimos anos. Acho que hoje o desafio é saber usar, saber dosar, porque não adianta ficar 40 dias sem aquilo e no domingo de Páscoa cometer o pecado do exagero.
São tempos de lucidez: de perceber que aquilo que vivo na quaresma deve ser estendido para o ano todo! Não pode ser apenas uma trégua, uma desforra que apaga todos os meus excessos e pecados cometidos durante o ano. 
Acho que hoje isso é o mais complexo; fazer uma quaresma silenciosa, fazer algo real e não mecânico, e levar isso durante o ano, sem desistir ou postergar para a quaresma seguinte. 

Não é um tempo de sofrimento puro, seco, mas não espere

calmaria... mais do que isso, é olhos fixos na Páscoa, onde poderemos dizer "combati o bom combate, guardei a fé", não como seres perfeitos, mas pessoas melhores! 

Deus abençoe nossa caminhada!



sábado, 7 de janeiro de 2017

Tempo

O ano de 2016 acabou e já avança o ano novo.
E pela primeira vez na minha vida, eu quis parar o tempo. E, pra não chamar de desespero, acho que vou chamar de maturidade (hahahaah).

É que, como já falei aqui, eu sempre fui muito precoce, acelerada, imediatista e até insatisfeita. Sempre querendo tudo logo, que passasse rápido, e encarando o ano novo como uma folha em branco pronta pra ser escrita, porque a folha anterior eu queria apenas amassar e jogar fora.

Mas dessa vez não.
Não quer dizer que até hoje eu vivi desenfreadamente sem aproveitar nada, que não ficou retida nenhuma experiência ou nada de bom, pelo contrário: muito já passei de bom, o saldo positivo é bem maior, tenho fotos, lembranças e aprendizados, mas dessa vez é diferente.
Porque eu desejei poder voltar no tempo e "catar" cada momento perdido, principalmente dos meus filhos. As festinhas de escola que não deu pra ir, os deveres de casa que não conseguimos fazer, aqueles livros e leituras que não fiz ou comprei. Quantas vezes a saudade que eu senti me consumia na estrada de um trabalho ao outro, durante as aulas e duros estudos pro mestrado, porque em inúmeras situações precisei ficar trancada na sala de estudos ou na casa de um colega até tarde pra ver se entendia aquele incompreensível conteúdo de matemática e estatística.

É, quase bateu o desespero! Eu quis parar o tempo também porque finalmente acho que estou me acomodando um pouco na vida, entendendo que estabilidade é estar confortável com o que você vive agora, ficar satisfeito com aquilo que está ao teu alcance, mesmo sem perder de vista alguns sonhos e oportunidades. Eu desejei trabalhar menos, menos, porque nenhum dinheiro do mundo é capaz de comprar experiências e tempo com quem a gente ama.

Assistindo a Canção Nova agora há pouco, como sempre de modo providencial, no Acampamento para famílias o Dunga e a esposa falavam do tempo. Então eu finalmente entendi que 2016 foi um tempo de aprender com as escolhas, e como vim percebendo ao longo da vida, todo tempo tem seu aprendizado e produz seus frutos. Absolutamente tudo que passei meu ensinou, e como sempre falo, que maravilha é receber a recompensa das corridas que fazemos!

Então, 2017 é um ano em que pensarei melhor minhas escolhas, porque sou mãe de família, esposa, pessoa, e desejo muito mais viver, ser de Deus, Isso produz, assim como no início de 2016 (e está documentado aqui no blog), muitas decisões. É bom ver que a maioria permanece, algumas preciso recomeçar, mas consciente e determinada, e quantas novas!



(essa é uma das resoluções principais!)

Então, feliz 2017!!!
Tempo, seja meu amigo. Ou melhor, serei amiga do tempo.
Passe bem, bem devagar... 
;)

(Eclesiastes 3, 1-15)